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domingo, 22 de novembro de 2020

Dúvida

Às vezes, não sei se,

no fim,

sou eu que não estou

neste mundo

ou é este mundo

que não está

em mim...

Pleonasmo

O Pleonasmo é um sujeito muito legal. 

Sempre encara seus problemas de frente. Adora a brisa matinal da manhã. O seu dia é dividido em duas metades iguais. 

Quando quer fazer alguma coisa, para ficar bem feita, não se importa de ter que repetir de novo. 

Certa vez, resolveu visitar o alto de uma colina. Não hesitou e subiu lá para cima. 

Viu um casebre abandonado e entrou para dentro. 

Estava tão a jeito o lugar que resolveu tirar uma selfie dele mesmo. O flash estava ligado e tão forte que ficou cego dos olhos. Ele se assustou tanto e gritou alto - chegou a ficar surdo dos ouvidos. Sim, é fato verídico. 

Quase que resolveu ir embora, mas voltou atrás. 

Se estava sozinho, medo de quê? Parecia maluco da cabeça...

Olhou a selfie e anexou junto às demais fotos. Riu com a boca, de tão satisfeito. Não ficaria tão bom se tivesse planejado antecipadamente. 

Mal percebeu que a noite ia escurecendo. Correu depressa e saiu para fora. Desceu para baixo e retornou para onde estava.

Pensou em outro dia comparecer pessoalmente ali e fazer novas fotos, com melhor acabamento final. 

Esse Pleonasmo...

sábado, 21 de novembro de 2020

A vida

A casa antiga,
a árvore,
as flores.
Lembranças da vida,
vivências, amores.
Surgem e vão embora.
A vida chama,
o tempo clama.
Corre-se, 
para não perder a hora.

Multiplicação

A moça é única -
mas multiplica-se.
De uma,
Passa a ser duas, três.
Ao final do dia,
depois de toda a correria, 
volta a ser uma -
outra vez.

A moça

Sorri com o olhar -
e sentimento.
Fala com voz suave - 
e sinceridade.
A moça,
quando está, 
é encantamento -
e tão logo se vai, já é saudade.


Noturno

 Às vezes,

me anoiteço,

me aborreço,

me entristeço

e me esqueço

do que possa acontecer.

Quando adormeço,

não percebo o recomeço:

o dia já está a amanhecer.