A Lua
se insinua,
passeando pelo céu.
Vez que outra, uma nuvem vela
pela beleza e pelo encanto da bela -
e a cobre, como se fosse um véu.
Como é linda a noite de luar.
Como é linda a Lua, a desfilar.
A Lua
se insinua,
passeando pelo céu.
Vez que outra, uma nuvem vela
pela beleza e pelo encanto da bela -
e a cobre, como se fosse um véu.
Como é linda a noite de luar.
Como é linda a Lua, a desfilar.
Era tão fácil estar por ali...
Bastava chegar e sorrir.
Difícil era sair dali...
Difícil era querer partir.
A moça é decidida
e sabe o que sente, ao certo.
Às vezes, se vê dividida,
entre querer ou não, alguém por perto.
Ela não gosta de compromisso.
Prefere ser livre, para viver e sentir.
Quem não concordar com isso,
faça a gentileza de não insistir.
Pudesse a moça escolher
entre a razão e o sentimento,
não estaria aflita assim.
Pudesse a moça escolher
entre a razão e o sentimento,
não estaria apaixonada por mim...
Usaria até parênteses
(bem assim)
Expressões cheias de ênfases
(Onde?! Claro! Sim!)
Faria um texto muito pontuado
(para dar ao mesmo mais sabor)
Para te falar da minha paixão
(que não é tudo)
Para gritar com emoção
(que não é tudo)
Ou, então, ficar calado
(e, ainda assim, saibas que é amor...)
Venho dos meus pensamentos antigos. De eras remotas, quando nem bem sabia de mim. Venho de sorrisos sem jeito, de um sorrir desbotado - mais para agradar do que para rir. Venho dos meus sumiços, das minhas ausências, dos meus silêncios. Das minhas buscas desesperadas. Dos meus gritos sem eco. Dos meus cansaços. De minhas inconsequências. Mas venho. Arrasto o peso dos séculos e séculos. Das trilhas por onde andei, mas nem me lembro. Suspiro nos perfumes de quem amei - e me amou -, mas nem sei mais. Puxo meus trajes fugazes, feitos de vento e parcas lembranças. Vejo olhares que se curvavam aos meus - e eu queria tanto um olhar. E vim. Vim. Agora, sem lentes não enxergo os meus olhos no espelho. Mas sei que estou ali. Sinto que estou em mim.
A maquiagem
Escorre
pela tua face,
Descobre
o teu disfarce
E
vê-se como és, enfim.
A
tua imagem,
Clara
e sem estigma,
Torna-se
um novo enigma
Para
mim.
Perdi a noção
Perdi a esperança
Perdi a hora.
Perdi o tempo
Que nunca tive.
Perdi o rumo, a estrada
Fiquei, então, sem nada
Sem nada.
Mas sem nada
Também se vive.
A porta entreaberta.
Pela janela, a Lua encoberta.
O dia já está por surgir...
No quarto, um ar de ansiedade.
Novamente a tal da saudade
Não deixou a moça dormir...
Drops, drinks,
pérolas, pérgolas,
lugares sem fim.
Verdes, flores,
perfume, jasmim.
Distância pequena.
Se não fores,
que pena...
Será que ainda
pensas em mim?
Frações de sonhos
misturadas e confusas,
a guiar aqueles passos vacilantes.
Um pouco na areia do deserto,
um pouco à beira do mar.
O seu caminhar,
era vagaroso e contínuo,
em rumo ao horizonte
de um azul clarinho,
cor de saudade recente -
talvez lá,
no primeiro repousar,
viesse a encontrar
um tanto do perfume,
um tanto da luz,
um tanto do calor
que compõem
muitas das suas memórias.
Certa vez, te vi.
Sem querer, fiz desfeita:
Não te reconheci.
Outra vez, te vi.
Fiz coisa mal feita:
Disfarcei e fingi que não vi.
Noutra vez que te vi,
Evitei qualquer confusão:
Já de longe, corri e fugi de ti...
Desde então, nunca mais te vi.
Quero saibas, de coração:
Tenho andado com saudade de ti...
Guardou a jarra na geladeira.
Sentou-se à mesa
e bebeu lentamente
uns goles de água,
quase sem perceber.
Naquela madrugada,
o olhar distante ultrapassava
as paredes da cozinha,
a casa toda,
a praça defronte.
A moça estava apaixonada...
Quer saber?
Desde que te vi,
comecei a gostar de ti...
Sem demora etcetera e tal,
disseste que contigo foi igual.
Que fazer?
Quem sabe, seguimos assim:
eu gostando de ti
e tu de mim?