Certa vez, te vi cansada,
Abatida, quieta, amargurada
Com o peso do tempo e da solidão.
Trazias nos olhos um desalento, Talvez forte mágoa, algum tormento.
Era de pura angústia o teu pobre coração.
Não resisti, me aproximei, num impulso que não pude conter.
Tive receio, afinal talvez não houvesse nada que eu pudesse fazer.
Falei, então, contigo e o teu olhar veio a mim, de lá, da imensidão.
Aos poucos, contaste das tuas dores,
Dos sofrimentos, das desilusões, dos desamores.
Era tanto sentimento. No primeiro momento, fiquei apenas a ouvir.
Depois, te falei de gentilezas, de alegrias, de sonhos e de belezas.
Aí te contei de encantos, de esperança, de paz e de lindas sutilezas.
Ao final, com sinceridade, me deste a felicidade de te ver sorrir.
Brevemente, nos despedimos.
E nunca mais nos vimos.