Flor do limoeiro.
Final de tarde no canavial.
Brisa, tempestade, vendaval.
Mudas no canteiro.
Assovio brando no quintal.
Águas do rio doce, roupas no varal.
As nuvens lá se vão.
Pela palma da mão
Corre a noite toda em vão.
Flor do limoeiro.
Sentimento que jamais senti.
Asas, sensibilidade, colibri.
Vai-se, então, mais um janeiro.
Valeu cada momento que vivi.
Alma, calma, amorosidade, em ti.
Alguém haverá de comigo concordar:
uma casa é uma casa e um lar é um lar.
Uma casa tem paredes, abertura, telhado e chão.
Já um lar, é o lugar onde mora o nosso coração.
Talvez algo oriente
neste lado do Ocidente
o que seja inconsciente
ou até mesmo acidental.
Dizem que no Oriente
quase não há incidente,
pois muito se pressente
entre a fantasia e o real.
Gente,
vi uma estrela cadente.
Como sempre,
é de repente.
Estrela cadente
é sempre urgente.
Ninguém duvida:
assim é a vida
da gente.
Às vezes,
entre quatro paredes
está todo o Universo.
Às vezes,
entre quatro linhas
estão o verso e o reverso.