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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

É preciso

É preciso abrigo
Porto seguro
Pousada
Ombro amigo
Luz ao escuro
Quase nada
É preciso presença
Simples olhar
Acolhedor
Faz diferença
Encontrar
Amor

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A moça

De repente, do nada, uma tristeza
Talvez sentimento antigo, algum segredo
O sorriso leve passa a um olhar de incerteza
A coragem aparente se transforma em ar de medo
E a moça se aquieta, silencia, causa espanto
Ao ver-se contida aquela que há pouco era expansão
É que ela quer com brevidade correr para o seu canto
E refazer-se, pouco a pouco, abraçada com a amiga solidão.

Linda mulher

Vejo você, linda mulher bonita
Lutando forte pelo que acredita
Dando à vida outro brilho, outra cor

Ah, vem aqui, linda mulher tão bela
Luz do sol, encanto, flor na minha janela
Torna a minha vida um sonho de amor

Sei que não sou dono de maior virtude
Pode ser que todo este louco mundo mude
E eu não consiga sorrir, para acompanhar

Mas com você, linda mulher-abrigo
Sorrindo, cantando, a caminhar comigo
Não haverá jeito, nada que nos impeça de andar

Quero estar com você, linda mulher-coragem
Mesmo que um dia sejamos lembrança ou uma miragem
Como alguém em um deserto encontra um oásis e a salvação

Mesmo que um dia sejamos apenas um passado, guardado na memória
Não deixemos tanto amor assim guardado, façamos juntos a nossa história

Vem, fica comigo, me dê a mão, minha linda mulher-paixão

domingo, 18 de dezembro de 2016

Sigamos!

Barcos à deriva
Na imensidão do mar
Rumamos ao futuro.
Sabemos que a brisa
Há de nos movimentar
E conduzir a porto seguro.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Voa

Não há mais por que chorar.
Tem calma, tudo um dia passa.
Sente que a paz vem e te abraça.
Sê pássaro: voa e deixa voar.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

A carta

Aquela carta que não escrevi
Diria tudo o que, então, sentia
Falaria de toda a minha paixão.
Mas o tempo passou, nem percebi
Enquanto isso, a vida toda acontecia
E o escrever ficou apenas na intenção.
Até que num dia novamente a vi.
Não é que tudo aquilo ressurgia?
Não é que outra vez agitou o meu coração?
Talvez não viesse na carta que não recebi
A resposta que em seus olhos agora eu via:
"Nos perdemos, amor, com a tua indecisão..."

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Deixa...

Deixa, não te entristece, deixa.
O amor é assim, não te queixa.
Dá um tempo, deixa a vida prosseguir.
Não importa o que por agora aconteça.
Mantém a calma, sorri, levanta a cabeça:
Afinal, somente és tu quem sabe de ti...

sábado, 26 de novembro de 2016

Arteiro e artista

Gente que flutua o tempo inteiro
Gente que voa a perder de vista
Em criança é tida por arteiro
Em adulto é tida por artista.

O mundo e eu

Às vezes não sei se, no fim
Sou eu que não estou neste mundo
Ou se é este mundo que não está em mim...

Concerte-se

Lute, se esforce, não se canse.
Ao que não tem conserto
Dedique, então, um concerto:
Musique-se, cante e dance.

Querer viver

O jeito é flutuar no tempo
Planar leve como a solta folha
Sentir na face, a brisa, a chuva, o vento...
Querer viver, esta é a melhor escolha.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Aqueles olhos

Aqueles olhos continham a saudade
Guardavam a mentira e a verdade
Traziam a ilusão e a sinceridade
Falavam de vivências e de mocidade
Aqueles olhos continham a serenidade
Guardavam a ironia e a sagacidade
Traziam a astúcia e a ingenuidade
Falavam de experiências e de banalidade
Aqueles olhos continham a bondade
Guardavam a compaixão e a maldade
Traziam a lentidão e a velocidade
Falavam de fantasia e de realidade
Ah, aqueles olhos, eram de tirar a tranquilidade
Jogar ao ar os medos e querer a tempestade
Gritar, voar, contar segredos e criar calamidade
Depois sorrir, em riso e choro sem qualquer vaidade
Depois partir e querer voltar - sim, com ansiedade
Depois voltar, amar e sofrer - sim, esta a dualidade
Ah, aqueles olhos, pareciam estar em constante despedida
Mas sabiam que eram para sempre - para toda a vida.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

A doce palavra

A palavra escondida, guardada
Parece mesmo não valer nada
Representa, às vezes, ser inofensiva.
Mas ela tem lá o seu jeito.
Vai se espalhando pelo peito
Até se mostrar como é: decisiva.
O seu silêncio um dia chega ao fim
E do nada se transforma em explosão.
A doce palavra que tanto disse que sim
Agitada e feroz grita, finalmente, que não!

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O aviso

Na placa havia um aviso
Pintado em preto no amarelo:
"Procura-se por um sorriso
Singelo, sereno e sincero"

domingo, 30 de outubro de 2016

Penso

Ouço
Conheço
Mas desobedeço.
Não tem jeito
Não dou guarida.
Não, não aceito
Ideia preconcebida.
Sempre fui assim:
Ninguém pensa por mim.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Um pouco de mim...

Encontrei um pouco de mim
Naquele sorriso sem graça
Naquele jeito de falar sem dizer
Naquele estar ausente, estando ali.
Naquele querer, sem querer.
Encontrei um pouco de mim
No olhar vago, disperso
No olhar de indecisão
No olhar calmo que sorria
No olhar que disfarçava.
Encontrei um pouco de mim
No pensamento que ardia
No pensamento que chamava
No pensamento que supunha
No pensamento a dissimular.
Encontrei um pouco de mim
Mas quase não me reconheci
Encontrei um pouco de mim
E logo depois me perdi.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Alheios

Transitavam
Em olhares alheios.
Transitavam alheios
Por diversos lugares.
Sempre assim, alheios,
Sempre, sempre alheios
Aos lugares e aos olhares.

domingo, 25 de setembro de 2016

Procura...

Há o que te toque
Que te faz rir à toa
Chega, te dá um choque
E teu pensamento voa.
Não fica na espera, esta tortura.
Vai lá, te movimenta, procura...

sábado, 24 de setembro de 2016

Um socorro

Sem rota
Perambula
Pela rua escura.
De roupa rota
Gesticula
Com ar de amargura.

Olhar vidrado
Fixo, transtornado.
Ninguém atura.
Não quer comida.
Quer guarida
E um gesto de ternura...

Meu medo

Meus pensamentos
Acomodam-se lentamente.
Comigo foi sempre assim.
São pequenos tormentos.
Mas sei que, certamente,
Se tenho medo é de mim.

sábado, 17 de setembro de 2016

Perdoa?

Perdoa
Meu riso sem graça
O olhar de pirraça
Que te faz rir à toa.
Perdoa
Meu silêncio discreto
O meu sonho secreto
O aquietar que destoa.
Perdoa
Se te confundo, te iludo
Se vou falar e fico mudo
E a palavra me voa.
Meu pedido ecoa.
Não sei sobre o fim.
Mal sei sobre mim...
Perdoa?

domingo, 28 de agosto de 2016

Em ti

Desde que te vi
Entre tantos bilhões
Penso só em ti.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

P a l a v r a s

Tenho fome
De palavras.
Sejam tuas
Sejam minhas.
Devoro linhas
E entrelinhas
Enquanto tomo
Sopa de letrinhas.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Vou...

Vou, mas volto
Vou, mas volt
Vou, mas vol
Vou, mas vo
Vou, mas v
Vou, mas
Vou, ma
Vou, m
Vou,
Vo
V
Vo
Vou,
Vou, m
Vou, ma
Vou, mas
Vou, mas v
Vou, mas vo
Vou, mas vol
Vou, mas volt
Vou,mas volto

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Curto

Não sou
Do círculo.
Apenas circulo.
Não curto.
Mas onde circulo
Estimulo
Curto-circuito.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

A madrugada

A madrugada avança.
A noite e a sua magia.
A alma canta e dança
Esquece do outro dia.
Não importa mais nada
Apenas curtir a madrugada.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Ah, sociedade...

Coisa chata esta que até deprime
Tira todo o brilho e muito incomoda:
O maltrapilho dormindo na frente da vitrine
E atrapalhando de se ver as marcas da moda...

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Uma verdade

Queres uma verdade?
Assim é que ainda somos:
Formamos uma humanidade
Carente de seres humanos

domingo, 31 de julho de 2016

Recomeço

A taça
Fez-se em cacos
Pequenos pedaços
Espalhados ao chão.


A moça
Refez-se em coragem
Alterou seu olhar e a paisagem
E com adeus, dispensou a solidão.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Tudo ou nada

É tudo tão depressa
É tudo tão sem jeito
É tudo tão instável
Tudo tão sem ar.
É tudo tão avesso
É tudo tão monótono
É tudo tão disforme
Tudo sem lugar.
É tudo tão correndo
É tudo tão estranho
É tudo tão sem graça
Tudo tão no ar.
É tudo tão medido
É tudo tão somado
É tudo tão "será?"
Tudo tão sem par.
É tudo tão "é meu"
É tudo tão "é teu"
É tudo tão "e nós?"
Tudo tão "sei lá..."
Entenda-me.
Desculpa-me.
É que em tanta coisa vista, analisada
Muito me entristece ser ou tudo ou nada...

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Em mim

Se disserem que estou distante
Não, não estou mais do que antes.
Saibam que sempre fui mesmo assim.
É que agora tenho morado mais em mim.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

A Arte

A Arte é muito nesta vida.
Vejam só, que em um instante
No palco, uma frágil formiga
Torna-se maior do que um elefante...

domingo, 19 de junho de 2016

O amor

O amor é algo impreciso.
Nada a ver siso e juízo.
Ele surge de improviso.
Às vezes, basta um riso.
Um só riso.
Um sorriso...
... é um paraíso.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Talvez...

Talvez não haja tempo
Para mudar de atitude.
Talvez o tempo mesmo te mude.
Afinal, sabes como é...
O tempo é um tanto rude...
Talvez seja um tormento
Ter que pensar no tempo
Que põe fim a esperanças.
É que há o "pode ser" e o "talvez".
Pode ser que apenas restem lembranças
Porque talvez não haja outra vez.
Aí por mais que se estude
E que se conte "1, 2, 3..."
Pode ser que tudo mude
Ou que nada mude, talvez.
A decisão será uma aposta.
Arriscar não é insensatez.
Para descobrir a resposta
Muda e tenta, outra vez...

sábado, 11 de junho de 2016

Grito!

Abafar não adianta
Nenhum de nós terá a voz
Presa na garganta

Delicadeza

Atos de delicadeza
São como pétalas a flutuar:
Espalham-se, com certeza
E deixam seu perfume pelo ar.

domingo, 5 de junho de 2016

Um espaço

Em busca de maior espaço
Andou longe pelo mundo
E se encontrou em um abraço

sábado, 4 de junho de 2016

Mãos

A minha mão
E a tua mão
Entrelaçadas.
Mãos dadas
Entregues
À emoção.
A tua mão
E a minha mão.
Movimentos
Teus e meus.
Sentimentos
Meus e teus.
E adeus
À solidão.

sábado, 28 de maio de 2016

Somente sei...

Somente sei que era linda. 
Trajava olhos castanhos e falava luares. 
Enquanto esteve, esteve. 
Depois foi embora, levando consigo a noite, 
as estrelas e meus sonhos. 
Nunca mais a vi, mas ela ficou para sempre. 
Somente sei que era linda.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Assim...

Sorvia o amor
Em conta-gotas
E doses homeopáticas
Vivia a sua dor
Em lembranças rotas
E esperanças estáticas

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Simples?

Decididamente sou indeciso.
Preciso descobrir o que preciso.
Cansei de não cansar da busca infinda.
Procurarei não procurar... não mais ainda.

terça-feira, 22 de março de 2016

Sou...

Sou abismo
Às vezes istmo
Outras ilha.
Sou meio termo
Às vezes ermo
Outras trilha.
Sou solidão
Sou sozinho
Sou multidão
Sem caminho.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Ao longe...

Ao longe o estampido da bala
Ao longe o ruído abafado da fala
Ao longe o choro crescente da criança.
Ao longe o grito que não é ouvido
Ao longe o silêncio após um gemido
Ao longe a ausência crescente da esperança.
É simples chamar de acaso o fruto do descaso.
O egoísmo aconselha a ignorar a dor alheia.
O que era ao longe multidão, virou deserto.
Agora o longe vem para cada vez mais perto.

terça-feira, 1 de março de 2016

Aja

Haja braços
Para abraçar
Toda esta multidão.
Haja abraços
Para curar
Toda esta solidão.
Aja.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Lua cheia

Naquela casa, é ali que a moça mora.
A casa é alegre e está sempre cheia.
Mas cada vez que é noite de Lua cheia
Coisas da vida: comovida a moça chora...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

O morador

Fingindo ser outra sensação
Disfarçando a sua aparência
O amor se instalou no coração
E já tem comprovante de residência.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

O tempo

Nestas manhãs azuis, de encantar os girassóis, 
devagar divago por entre os ventos deste sul do Sul. 
Sinto no ar o aroma de tempos outros; outros dias, 
outros carnavais.
Talvez fosse eu outro também. Com menos tempestades
e mais brisas.
E ficasse, então, em manhãs iguais a esta,
não a divagar, mas apenas a vagar.
Por entre sonhos e ilusões. Sem pensar
em realidade, afinal, era época de viver
a fantasia.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Um aceno

Disperso, verso.
E o mundo na palma da mão.
Com paz na alma me despeço.
Saio de cena com um aceno à solidão.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Não combina?

Tantas vezes não se imagina
Que o que combina é o que não combina
E se perde tempo esperando uma combinação.
Mas pouco importa o que o mundo grite.
Para acontecer, basta se acredite
No que nos indica o coração...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Ela aparece...

Às vezes encosto a porta
Mas tendo o vento por escolta
A saudade invade e tudo entristece.
Por que, afinal, se faz distante
Se quando me julgo fora do seu alcance
Assim, do nada, ela aparece?

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Às vezes...

Às vezes, me anoiteço, me aborreço,
me entristeço e esqueço do que possa acontecer.
Quando adormeço, não percebo o recomeço:
o dia já está a amanhecer.

O passado...

O passado andava desaparecido
E de leve, de mansinho, ressurgiu
Num ruído, um breve estalido, do vinil.